Igreja Anglicana do Brasil estende matrimônio a homossexuais, em decisão histórica

O “sim” venceu. Imagem: Reprodução do site Serviço de notícias da IEAB.

Em decisão histórica, durante o Sínodo Geral, seu órgão máximo, a Igreja Episcopal Anglicana do Brasil (IEAB) alterou seus cânones e estendeu o matrimônio a homossexuais. Foram 57 votos a favor, 3 contra e 2 abstenções, informou hoje (1) o Serviço de notícias da IEAB.

Nenhuma mudança litúrgica no rito cerimonial será necessária, pois foi adotada a neutralidade de gênero, adequada para celebrar a união de pessoas de quaisquer gêneros.

É a terceira vez que o assunto é levado ao Sínodo para apreciação, mas foi formalizado em 1977 e tem raízes informais ainda mais antigas, informou o Serviço de notícias, que ressaltou ainda que o casamento civil entre pessoas do mesmo sexo é legalmente reconhecido no Brasil desde 2012.

“Reafirmamos nosso compromisso com o Evangelho de Jesus e a pertença à Família Global Anglicana, à medida que buscamos continuar a caminhar conjuntamente com aquelas pessoas de quem discordamos e responder aos desafios à nossa frente, dentro de nossos contextos”, diz a matéria no site.

“Senti a decisão como resultado da presença e trabalho do Espírito Santo. Isso amplia nossas fronteiras, permitindo que nós possamos ser mais acolhedoras(es) à diversidade no nosso país”, disse o Primaz do Brasil, Bispo Francisco de Assis da Silva.

A Igreja Anglicana é a terceira maior denominação cristã do mundo (cerca de 80 milhões de membros), atrás da Igreja Católica e das Igrejas Ortodoxas. É também uma das mais antigas do Brasil.

Ordenação de mulheres a altos cargos eclesiais

Em abril de 2018, a IEAB também deu um passo à frente na promoção da igualdade e da diversidade de gêneros, ao realizar a sagração da primeira bispa anglicana da América do Sul, Marinez Bassotto, no estado da Amazônia.

Sagração da bispa anglicana Marinez Bassotto (centro). Imagem: Reprodução do site Serviço de notícias da IEAB.

Em 1984, a IEAB realizou mudanças canônicas e passou a permitir a ordenação de mulheres as suas três ordens desde então (bispado, diaconato e presbiterado), mas nenhuma ainda tinha sido sagrada bispa.

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